por Priscila Barbeiro
O processo de Cores e Chitas (2016) esteve aliado ao conteúdo histórico-cultural onde a chita se afirma como um dos tecidos da simbólica de usos, desusos e apropriações. A chita é o que melhor traduz os significados de brasilidade e miscigenação ressignificados em objetos artísticos.
O tecido com cara de festa de interior, de brincadeira de criança, de vestidinho de quadrilha, de cortina da fazenda, e toalha de mesa em casa de pau – a – pique; também foi vestido de escrava e já desfilou em passarelas. Foi estampa da elite e do forro de mesa de cozinha. Vestiu movimentos culturais, coloriu festas populares, participou de tradições religiosas, tornando-se símbolo da moda brasileira.

Priscila Barbeiro, Cores e Chitas, 2016.
Os florais evocam alegria, as cores expressam a tropicalidade, mas também o aspecto artesanal típico da cultura brasileira como rendas, bordados, objetos, tapetes de palha trançada, crochês e etc – realizados pelas mãos femininas.

Priscila Barbeiro, Cores e Chitas, 2016.
As cores e os elementos populares me remeteram a Matisse (Le Cateau-chambrésis/FRA,1869 – Nice/FRA, 1954), Leda Catunda (SP/BRA, 1961-), Beatriz Milhazes (RJ/BRA, 1960-), entre outros.
Referências
MELLÃO, Renata; IMBROSI, Renato. Que chita bacana. São Paulo: Editora A Casa, Museu do Objeto brasileiro, 2005.
PAREYSON, L. Os problemas da estética. São Paulo: Martins Fontes Editora, 1984.
SALLES, C. A. O gesto inacabado: processo de criação artística. São Paulo: Fapesp/ Annablume, 1998.
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