por Gisele Miranda
Diego Rodríguez de Silva VELÁZQUEZ (Sevilha, Espanha, 1599 – Madrid, Espanha, 1660), neto de portugueses, pelo lado paterno; casou com Juana, a filha de seu professor de teoria da arte, Francisco Pacheco.
Velázquez foi um pintor de câmara do reinado de Felipe IV, e de convívio diário com o principal pintor da corte espanhola, Peter Paul Rubens (1577-1640), considerado o maior pintor da época e um proeminente diplomata, pois como alemão de família Calvinista tornou-se importante na Corte Espanhola Católica.
Velázquez alçou séculos com o seu lado humano e social na pintura, além da pomposidade dos retratos da corte em função de seu cargo. Ele tornou-se ídolo para os Impressionistas – ´le peintre des peintres´ para Manet. (Argan, 2004; p. 116)
Há inúmeras releituras acadêmicas sobre essa obra, incluso um ensaio de Michel Foucault (1926-1984) sobre a representação e a perspectiva do espectador em, As Meninas de Velázquez.
As Meninas ou a Família de Felipe IV, de Diego Velázquez (1656) é um raro autorretrato; poucas vezes se retratou, em geral utilizando recursos de espelhos. Rembrandt (1606-1669) tem um histórico de autorretratos. Mas Velázquez, não!
Na Releitura, Antonio Peticov preferiu a metáfora que usou com Rembrandt (as cores) e muita brincadeira na distribuição das personagens. Em As meninas de Antonio, o jogo cênico do pião tanto pode ser o artista ou a infanta Margarida – um sorriso do Grafismo.
Mas a sensibilidade que une Peticov a Velázquez é a anã da corte vertida em matrioska, ou seja, com a mesma importância que Velázquez deu em O Menino de Vallecas (1636-1640), o retrato de um anão com a mesma magnitude do Retrato de Felipe IV, de 1644.
(*) Nota: Esse texto foi realizado no Instituto de Arte e Cultura Antonio Peticov https://www.peticov.com.br/
(**) Michel Foucault sobre As Meninas de Velázquez: As Meninas por Foucault
Referências:
ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. Tradução Denise Bottmann & Federico Carotti. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
ARGAN, Giulio Carlo. Imagem e Persuasão: ensaios sobre o Barroco. Tradução Maurício Santana Dias. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
BURKE, Peter. (Org.) A Escrita da história: novas perspectivas. Tradução Magda Lopes. São Paulo: Editora da Universidade Paulista, 1992.
GOMBRICH, Ernst H. J. História da Arte. Tradução Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1988.
LE GOFF, Jacques. História e Memória. Tradução Bernardo Leitão; Irene Ferreira & Suzana Ferreira Borges. 2 ed. Campinas: Editora da UNICAMP, 1992. (coleção Repertórios)
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